Psicólogo ipiauense Matheus Oliveira analisa crise na saúde mental: Brasil bate novo recorde de afastamentos por ansiedade e depressão

O Brasil parou — e não foi por pandemia. Em 2024, o país registrou 472.328 licenças médicas concedidas pelo INSS por transtornos mentais, o maior número da série histórica. O aumento foi de 68% em relação a 2023.
A gravidade dos números

Em outras palavras: estamos falando de quase meio milhão de ausências do trabalho — por sofrimento psíquico real, por exaustão emocional, por depressão, por ansiedade.
Por que essa crise explode justamente agora?
Especialistas apontam para um conjunto de fatores que se intensificaram nos últimos anos:
O impacto prolongado da pandemia de COVID-19 — lutos, perdas, isolamento, insegurança.
Pressão crescente no mercado de trabalho: metas abusivas, pouca estabilidade, jornadas longas, ausência de reconhecimento.
Desvalorização da saúde mental nas empresas — muitas vezes ignorada até que se torne incapacitante.
O resultado: o sofrimento se tornou regra, e a saúde mental virou “produto de risco” no mundo do trabalho.
Por trás das estatísticas: vidas em crise esses números são muito mais do que dados — são pessoas, familiares, membros da comunidade, amigos, colegas. Cada licença médica representa uma história de dor, de exaustão, de um corpo que não aguenta mais.
Muitos vivem um ciclo cruel: tentam aguentar, acumulam pressão, adoecem — e, quando finalmente conseguem o afastamento, enfrentam o desafio de buscar ajuda, de lidar com o preconceito, de retomar a própria vida. É por isso que dar atenção à saúde mental não é luxo — é urgência.
O que fazer para cuidar de si e dos outros. Se você ou alguém que conhece está sofrendo com ansiedade, depressão ou outro transtorno mental, vale lembrar: você não está sozinho — e não precisa enfrentar isso sozinho. Procure ajuda — e encare como um ato de coragem, não fraqueza:
Psicólogo
Psiquiatra
Serviços públicos de saúde mental (CAPS)
Centros de acolhimento e apoio emocional
Seu valor não se mede pela sua produtividade. Sua capacidade não se define pela sua dor. Cuidar da sua saúde mental é tão importante quanto cuidar do corpo.
A você, trabalhador, eu digo: ouça seu corpo e sua mente. A responsabilidade de mudar não está só em leis ou empresas — está também em quem vive essa realidade.
Se você sente que não aguenta mais — peça ajuda. Agora. É tempo de quebrar o silêncio. É tempo de cuidar.

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