segunda-feira, 28 de julho de 2025

Morango do Amor: o fenômeno econômico no Brasil

 

Imagem ilustrativa: Freepik AI

 

A cada ano, uma nova tendência ocupa as redes sociais e movimenta comportamentos, hábitos de consumo e… o mercado. Em 2025, a estrela indiscutível desse fenômeno é o “Morango do Amor”, um doce simples, nostálgico e visualmente encantador que deixou de ser apenas uma trend que surgiu no TikTok para se tornar uma verdadeira febre nacional com impacto direto na economia do campo e nos negócios.

Inspirado na clássica maçã do amor das quermesses, o morango coberto com calda crocante de açúcar tingido conquistou o coração (e o feed) de milhões de brasileiros — e não apenas pela estética. Por trás do apelo visual e da facilidade da receita, há um movimento real que aqueceu o setor agrícola, elevou preços e abriu espaço para pequenos empreendedores faturarem alto com o produto.

 

Do feed para o faturamento

Com vídeos viralizando nas redes e tutoriais se multiplicando, a procura pelo morango disparou. Em centros de abastecimento como Ceasa-SP e Ceasa-MG, a demanda semanal dobrou, e o preço da fruta chegou a R$ 50 o quilo em algumas capitais, em plena safra (julho e agosto). A valorização, considerada atípica para o período, trouxe alívio e ganhos para agricultores familiares que antes sofriam com excesso de oferta e queda de preços.

A valorização da fruta também impulsionou a cadeia produtiva: distribuidores estão mais exigentes quanto à estética dos frutos — que agora precisam ser maiores e mais bonitos para atender à expectativa “instagramável” da trend. Para os confeiteiros, o cenário é igualmente promissor: com custos baixos e lucros de até 200% por unidade, o morango do amor virou o novo carro-chefe de vendas em confeitarias, feiras e até entregas por aplicativos.

 

O poder da estética e da nostalgia

A ascensão do “morango do amor” tem relação direta com o comportamento digital contemporâneo. A busca por conteúdo visual, experiências replicáveis e elementos afetivos cria o terreno ideal para tendências como essa florescerem. Além disso, o doce ativa uma memória coletiva — remetendo às festas juninas, ao romantismo pop e às lembranças da infância.

Nem todos acertam na receita, e é aí que surgem os “morangos do ódio” ou “do terror”, versões malfeitas que também viralizam, gerando mais engajamento. Esse ciclo orgânico de acertos e erros, amplificado por redes como TikTok e Instagram, transforma o morango do amor não só em um produto, mas em uma experiência digital coletiva.

 

Agricultura em alta e inovação brasileira

O impacto da trend acontece em um momento de evolução da própria produção de morangos no Brasil. O país já é o 8º maior produtor mundial, com destaque para Minas Gerais — especialmente a região de Pouso Alegre. Em 2023, a Embrapa lançou a cultivar BRS DC25 (Fênix), que acelerou o ciclo da produção e garantiu uma janela mais ampla de colheita. Com isso, produtores estão mais preparados para atender à crescente demanda interna — e, quem sabe, futuras ondas de consumo como esta.

 

Da paleta mexicana ao morango do amor: uma linha do tempo das trends

Desde o temaki em 2011 até o pistache em 2023, o Brasil tem mostrado um apetite voraz por tendências. Temaki (2011); Frozen Yogurt (2012); Cup Cake (2013); Palleta Mexicana (2014); Naked Cakes (2015); Burger Artesanal (2016); Comida Saudável (2017); Bolo de Pote (2018); Gin (2019); Pod (2020); Copo Stanley (2021); Beach Tennis (2022); Pistache (2023); Arminha de Gel (2024)… Em 2025, o morango do amor se junta a esse hall de sucessos como a trend que uniu sabor, estética, nostalgia e oportunidade de negócio. E para 2026? Resta aguardar qual será o próximo boom — mas uma coisa é certa: o algoritmo, o afeto e o apetite continuarão guiando os rumos do consumo.

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