Caixa vai reduzir crédito e exigir entrada maior para financiar habitação
Justificando escassez dos recursos da caderneta de poupança, a Caixa Econômica Federal está apertando as condições dos empréstimos habitacionais para a classe média e vai mudar os valores mínimos de entrada. Na linha de empréstimos mais usada, a cota de financiamento foi reduzida de 80% para 70%, o que exige dos mutuários um valor maior de entrada, de 30%. O banco está mirando imóveis de menor valor e está sendo ainda mais rigoroso na análise de risco para conceder o crédito.
Os recursos da poupança fazem parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão, com juros limitados a 12% ao ano.
No caso da outra linha de financiamento, a tabela Price, em que as prestações pagas pelo mutuário são sempre iguais e com mais juros, a cota máxima de financiamento admitida passará de 70% para 50% do total do imóvel. As mudanças passam a valer a partir de 1º de novembro.
A alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco, mantendo-se nesse caso as condições vigentes atualmente.
O problema da falta de recursos para o setor imobiliário só não é maior porque o FGTS destinou R$ 120 bilhões para empréstimos no Minha Casa Minha Vida, somando a suplementação de quase R$ 23 bilhões para evitar falta de recursos no último trimestre do ano.
Mas o programa só permite comprar imóvel no valor de até R$ 350 mil e é restrito a famílias com renda de até R$ 8 mil. O presidente Lula prometeu ampliar o programa às famílias de classe média, com renda de até R$ 12 mil, mas a medida não saiu do papel.
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