quarta-feira, 31 de julho de 2024

Plantas Alimentícias Não Convencionais potencializam ensino de Química

 


A temática da pesquisa já integra uma série de ações em escolas da Bahia (Acervo da pesquisa)

 

Você já ouviu falar ou consumiu o maracujá-do-mato, o espinafre malabar, o ora-pro-nóbis ou a taioba? Com valor nutricional de destaque e desenvolvimento espontâneo no consumo de alimentos, as Plantas Alimentícias Não Convencionais, conhecidas como PANCs, vêm ganhando cada vez mais destaque em nosso dia a dia. Mas você já imaginou que elas podem ser úteis também no processo de ensino-aprendizagem da área de Química, estimulando a valorização da ancestralidade, da história e da cultura afro-brasileira?

A partir dessa relação, Moselene Costa dos Reis vem desenvolvendo a pesquisa “A utilização das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) no ensino de Química com ênfase na Lei 10.639/03”, no Doutorado em Educação Científica e Formação de Professores da Uesb, em Jequié. Segundo a pesquisadora, falar sobre PANC é falar sobre conhecimento das comunidades tradicionais de matrizes africanas. “Não tem como dissociar a utilização dessas plantas com a história e a cultura afro-brasileira”, esclarece.

Em 2003, o Brasil passou a contar com a Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. A partir disso, novos conhecimentos na área educacional passaram a ser objetos de estudo em diversas instituições, como a Uesb.

“O objetivo dessa pesquisa é propor diretrizes que possam nortear os professores da área de Química de como poder implementar essa Lei no ensino da disciplina de forma realmente efetiva no seu planejamento, dentro dos seus conteúdos, e não apenas em datas comemorativas como o 13 de maio (Abolição da Escravatura) e o 20 de novembro (Consciência Negra)”, pontua Moselene.

Na prática – Mas como isso pode ser associado com a Química? A doutoranda explica que o estudo dessas plantas auxilia, por exemplo, o entendimento de funções orgânicas presentes nas folhas, de conteúdos da bioquímica através dos elementos químicos existentes nessas plantas ou, até mesmo, a melhor compreensão das reações químicas que ocorrem nos organismos a partir da presença das PANCs. “Ou seja, encaixa-se perfeitamente com os conteúdos de Química das diversas séries sem que o professor possa sair da sua programação”, reforça.

Texto:  Patrick Moraes/AscomUesb

https://jequiereporter.com/

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