Gilberto desabafa sobre 2023 no Cruzeiro e diz que não tem futuro definido
O atacante Gilberto fez um desabafo da temporada de 2023 que disputou pelo Cruzeiro. O jogador, de 34 anos, tem contrato vigente com a Raposa até o final de 2024, mas seu futuro segue indefinido. Em texto publicado nesta segunda-feira (8) nas redes sociais, ele fez um balanço do seu desempenho em campo no ano passado.
Gilberto foi contratado pelo clube mineiro no final de janeiro após duas temporadas no Al Wasl, dos Emirados Árabes. Ele admitiu que o baixo nível de exigência e de competitividade no futebol árabe atrapalhou sua readaptação ao Brasil.
"Não quero aqui transferir responsabilidade pra ninguém. Sei das minhas. E se entrei em campo sem as melhores condições, sem fazer uma pré-temporada adequada, foi porque eu também concordei. Tanto o clube, quanto eu, queimamos algumas etapas pra iniciar logo nas partidas, e isso acabou me cobrando um preço ao longo do resto do ano", disse em uma parte do texto.
Gilberto disputou 32 jogos pelo Cruzeiro, sendo 24 como titular, marcou seis gols e deu uma assistência. Ele afastado do elenco do time mineiro em meados de outubro, ainda sob o comando do ex-técnico Zé Ricardo, após empate com o Corinthians em 1 a 1, pela 20ª rodada do Brasileirão, e passou a treinar separado. Sua última partida foi no dia 20 de setembro na derrota para o Fluminense por 1 a 0, pela 24ª jornada da competição nacional. O atleta recebe um dos maiores salários da equipe. Em meados de dezembro do ano passado, mas duas partes iniciaram as negociações para antecipar a rescisão do vínculo, mas ainda não houve um acordo.
Em 2024, o Cruzeiro será comandado pelo técnico Nicolás Larcamón, que não deverá aproveitar Gilberto. A Raposa estreia na nova temporada no dia 24 de janeiro, uma quarta, contra o Villa Nova-MG, fora de casa, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro.
Leia o texto de Gilberto na íntegra:
"Com o fim da temporada passada, e prestes a iniciar uma nova, senti necessidade de dizer algumas palavras sobre como foi o meu ano de 2023.
Cheguei ao Cruzeiro no final de janeiro com o campeonato mineiro recém-iniciado, e fiz minha estreia menos de duas semanas depois, no clássico contra o América-MG, tendo feito praticamente apenas uma semana de treinos.
Eu vinha de duas temporadas no futebol dos Emirados Árabes, onde os níveis de exigência e competitividade são bem diferentes dos daqui do Brasil, que é talvez o campeonato mais difícil do mundo.
Vim sabendo exatamente o tamanho da dificuldade, da minha responsabilidade, e honrado pela confiança de um clube gigante do futebol brasileiro, num momento tão importante de reconstrução, retornando da série B.
Desde o primeiro momento em que cheguei me entreguei em cada treino, em cada jogo, sem me omitir jamais, fosse nos momentos bons ou nos ruins. Mas a cada dia ficava mais evidente que fisicamente eu estava abaixo do que precisava pra render o meu melhor.
Sou um atacante de perfil combativo, de enfrentamento, de entrega, e pra corresponder às expectativas da torcida, da diretoria, e minhas também, precisava estar na plenitude da forma física, coisa que não consegui durante toda a temporada.
Não quero aqui transferir responsabilidade pra ninguém. Sei das minhas. E se entrei em campo sem as melhores condições, sem fazer uma pré-temporada adequada, foi porque eu também concordei. Tanto o clube, quanto eu, queimamos algumas etapas pra iniciar logo nas partidas, e isso acabou me cobrando um preço ao longo do resto do ano.
Quero deixar claro também que tanto eu, quanto os profissionais do clube, fizemos o possível pra remediar essa falta de preparação no decorrer da temporada, mas infelizmente não obtivemos um resultado satisfatório.
Quando o clube resolveu por me afastar, acatei respeitosamente, cumprindo os horários determinados e sem criar qualquer tipo de problema, até porque entendia que o momento do Cruzeiro era mais importante que qualquer questão pessoal minha, e segui trabalhando e torcendo por um desfecho positivo pra instituição e meus companheiros de equipe.
Agradeço demais o carinho que recebi desde minha chegada, de funcionários do clube e torcida, e até as críticas construtivas que recebi, de gente que certamente torcia pra que eu revertesse a situação e entregasse o que todos esperávamos. Lamento muito que não tenha sido possível, e tenham certeza que me cobro muito por isso.
Ainda não tenho uma definição sobre meu futuro. Tenho mais um ano de contrato com o Cruzeiro, e aguardo o melhor entendimento entre o clube e meus representantes pra seguir com meu trabalho da forma como sempre fiz: com amor, entrega, e defendendo com a vida a camisa que eu vier a vestir.
Mas com uma única certeza: a de que 2024 vai ser muito melhor que o ano que passou."
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