sábado, 2 de dezembro de 2023

A economia brasileira em 2023: desafios e oportunidades

 


Imagem ilustrativa

 

O ano de 2023 está sendo marcado por diversos desafios e oportunidades para a economia brasileira. Após um crescimento de 0,9% no segundo trimestre, o país mostrou sinais de recuperação da crise provocada pela pandemia de Covid-19, mas também enfrentou obstáculos como a inflação, o desequilíbrio fiscal, a instabilidade política e as incertezas globais.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil deve encerrar o ano com um avanço de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da média dos países emergentes e em desenvolvimento (2,8%) e da América Latina e Caribe (2,5%). Com isso, o país pode voltar ao grupo das 10 maiores economias do mundo, posição que perdeu em 2019 para o Canadá.

Entre os fatores que contribuíram para o desempenho positivo da economia brasileira em 2023, destacam-se:

A retomada do consumo das famílias, impulsionada pela vacinação contra a Covid-19, pela melhora do mercado de trabalho formal e pelo auxílio emergencial, que beneficiou cerca de 40 milhões de pessoas. A recuperação do setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB brasileiro e foi o mais afetado pelas medidas de distanciamento social. Segundo o IBGE, o setor cresceu 1,7% no segundo trimestre, com destaque para os segmentos de transporte, alojamento e alimentação. A expansão do agronegócio, que se beneficiou da demanda externa, principalmente da China, e da alta dos preços das commodities. O setor registrou um crescimento de 1,3% no segundo trimestre, com destaque para as safras de soja, milho e café. A manutenção do ritmo de investimentos, que cresceram 3,6% no segundo trimestre, refletindo a confiança dos empresários na recuperação da economia e a melhora das condições de crédito. Os investimentos foram direcionados principalmente para a construção civil, a indústria e a infraestrutura.

No entanto, a economia brasileira em 2023 também enfrentou desafios que limitaram o seu potencial de crescimento e colocaram em risco a sua sustentabilidade. Entre eles, destacam-se:

A inflação, que superou o teto da meta estabelecida pelo Banco Central (5,25%) e chegou a 8,97% em outubro, segundo o IPCA. A alta dos preços foi influenciada principalmente pelos reajustes dos combustíveis, da energia elétrica e dos alimentos, que afetaram o poder de compra das famílias e a competitividade das empresas. O desequilíbrio fiscal, que aumentou a dívida pública e reduziu o espaço para gastos sociais e investimentos públicos. O déficit primário do governo deve ficar em 6,5% do PIB em 2023, segundo o FMI, enquanto a dívida bruta deve atingir 90,5% do PIB, uma das maiores entre os países emergentes. O cenário fiscal depende da aprovação de reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, que enfrentam resistências no Congresso Nacional. A instabilidade política, que gerou incertezas sobre a governabilidade do país e a continuidade da agenda de reformas. As incertezas globais, que afetaram o fluxo de capitais, a taxa de câmbio e o comércio exterior. O Brasil foi impactado pela desaceleração da economia chinesa, pelo aumento dos juros nos Estados Unidos, pela crise energética na Europa e pela disseminação da variante ômicron do coronavírus, que ameaça uma nova onda de contágio e restrições sanitárias.

Diante desse cenário, as perspectivas para a economia brasileira em 2024 são de continuidade da recuperação, mas também de cautela e de necessidade de ajustes. Segundo o FMI, o Brasil deve crescer 1,5% no próximo ano, abaixo da média dos países emergentes e em desenvolvimento (4,3%) e da América Latina e Caribe (3,2%). Para acelerar o crescimento e garantir a estabilidade, o país precisa avançar nas reformas, controlar a inflação, equilibrar as contas públicas, reduzir as tensões políticas e se adaptar aos desafios globais.

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