“Precisamos melhorar a aproximação com o sócio”, diz Marcelo Sant’Ana
Após lançar oficialmente a sua candidatura à presidência do Bahia nesta terça-feira (14), Marcelo Sant'Ana foi o entrevistado do programa BN na Bola da Salvador FM. Marcelo concorre pela chapa Revolução Tricolor, que tem Rogério Gargur como vice-presidente e é representada pelo número 31. O pleito que decidirá quem será o presidente do Esquadrão no triênio 2024-2026 acontece no próximo dia 2 de dezembro.
Presidente do Bahia entre 2014 e 2017, Marcelo Sant'Ana começou falando sobre o seu período como mandatário tricolor.
"Eu posso fazer um paralelo entre 2014 e agora. Em 2014, o Bahia precisava de uma reconstrução. O Bahia era um clube, mas depois da intervenção não tinha um funcionamento como empresa na sua parte administrativa. Então, a gente conseguiu, junto com apoio do sócio, recuperar o patrimônio, o Fazendão, a Cidade Tricolor, o terreno do Jardim das Margaridas. O Bahia teve a conquista de todas as certidões negativas de débito, que na época não geraram o contrato da Caixa Econômica Federal e hoje possibilita o Bahia, por exemplo, ter projetos de Lei de Incentivo. Salários pagos em dias em cargos. A valorização da nossa marca, tanto pro mercado publicitário quanto outros clubes. Nesse cenário atual, o Bahia precisa se reinventar enquanto instituição, saber como se posicionar. Eu sou favorável ao contrato da SAF. Na ocasião da assinatura, eu votei contra porque não tive acesso ao contato. Como ex-presidente, eu julgava que seria uma irresponsabilidade minha, tendo visto uma série de contratos que vi no Bahia, assinar um documento sem ler, mesmo valorizando os pareceres que foram emitidos pelo Conselho Fiscal, pelo Conselho Deliberativo e por uma auditoria externa. Agora, o Bahia tem esse papel de ser o fiscalizador deste contrato, de ser um facilitador com outras instituições do City. Assim como a gente teve o trabalho de refundar o Bahia, agora o trabalho é de posicionamento, de transparência, de como o sócio pode participar dessa nova fase”, comentou o candidato.
Depois, o candidato abordou o fato da Associação Esporte Clube Bahia ter 10% das ações após a venda da SAF para o Grupo City e a possibilidade do clube desenvolver modalides olímpicas e projetos relacionados ao esporte.
"Um time de futebol tem 11 jogadores, cada jogador vale 9%. Jogar com um a menos faz diferença? Se você não abre de 9%, por que você vai abrir mão de 10%? O potencial que o City tem de desenvolver a marca, quanto esses 10% vai representar daqui a 10, 20 anos? Durante esse processo eleitoral, a imprensa vai ter um papel fundamental de ser um multiplicador do papel da Associação. O Bahia não assina documento do futebol, é o City que contrata funcionários, mas o Bahia tem a possibilidade de compartilhar as suas ideias no Conselho de Admnistração, de ser o elo do Grupo City com o sentimento tricolor. Se o Bahia é um clube valorizado, o maior clube da Bahia, é porque os baianos souberam construir desde 1931. Isso tem valor. Se a pessoa escolhe torcer pelo Bahia é porque tem um traço de identidade desse clube que cria um vínculo emocional. E quem tem essas raízes são os baianos, os tricolores. O Grupo City já percebeu que o futebol brasileiro é diferente. O que o Bahia quer, o City quer e o torcedor quer é que o Bahia evolua e ganhe títulos, que é para isso que esse clube foi fundado. Claro que agora nesse novo contexto, tendo alguém como o City, com a personalidade de administrar o futebol, você tem a possibilidade do Bahia se posicionar como um clube olímpico e social, ajudando a desenvolver o esporte em Salvador. Eu conheço a realidade do esporte olímpico/amador e não é fácil. Não falta talento para o baiano, falta cultura e investimento. O Bahia pode ser um dos motores para o desenvolvimento dessas atividades. Esse é o papel que o Bahia pode fazer com 10%", disse Marcelo Sant’Ana.
Foto: Bia Jesus/Bahia Notícias
Marcelo também comentou sobre como conquistar e engajar os sócios tricolores. Segundo o candidato, é necessário melhorar a comunicação com o torcedor do Bahia.
"Primeiramente, temos que melhorar a comunicação. Precisamos melhorar essa aproximação, criar produtos onde o benefício de ser sócio seja prioritário, independente da SAF. Você pode criar um trabalho em diversas frentes. Você pode criar, por exemplo, um Circuito Bahia de Corrida de Rua, uma prova no primeiro semestre em Pituaçu, no segundo semestre na Fonte Nova. Na linha de produtos, você pode lançar uma coleção outono/inverno e primavera/verão. É um trabalho de longo a médio prazo”, pontuou.
Por fim, Marcelo Sant’Ana avaliou a atual gestão da Associação, presidida por Guilherme Bellintani, que optou por não tomar decisões bruscas após o fechamento do negócio com o Grupo City.
"É uma decisão dele. Ele deve ter o motivo para se comportar dessa maneira. Você pode ver o lado pacificado e o lado crítico. Eles tiveram uma postura mais conservadora. Você pode dizer que essa postura conservadora foi equivocada porque você já poderia desenvolver algumas diretrizes iniciais, como você pode enxergar isso de forma positiva. O meu ponto de vista é um pouco de cada coisa. Não sei o que demandou o comportamento do City para eles, quem vai poder dizer para ele é outro candidato, que tem o grupo político dele (Bellintani) apoiando a sua candidatura", comentou Marcelo Sant’Ana.
Após a venda de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol do Esquadrão para o City Football Group por R$ 1 bilhão, os sócios do Bahia com direito a voto (todos adimplentes com suas obrigações financeiras até o dia 1º de novembro de 2023) irão escolher quem comandará a Associação Esporte Clube Bahia, responsável por fiscalizar e garantir o cumprimento do contrato firmado com o City Football Group, além de desenvolver projetos e investimentos em outros esportes.
Apresentado por Emídio Pinto, Ulisses Gama e Nuno Krause, o BN na Bola vai ao ar de segunda à sexta, às 20h, e traz as principais informações da dupla Ba-Vi, além de notícias do futebol nacional e mundial.
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