CEO escancara problemas do Barcelona
Eliminado da última competição que disputava neste ano, o Barcelona de Ilhéus tem muito o que mudar e o CEO Weliton Nascimento fez um balanço exclusivo para o jornal A Região e a Morena FM. Ele lamentou a falta de boa mão de obra local e as limitações de pensamento. "A gente ainda vai sofrer muito com isso".
"Mal terminou a competição e já tinha gente tentando me ensinar, os mesmo que sempre fracassaram, ou seja, vai vencer o menos pior. Não existe tática, técnica, governança... alguém vai ter sorte. Mas chega na frente e não podemos só contar com a sorte, perdemos o ano inteiro de competição".
Perguntado sobre o que deu errado, Weliton conta que o investimento total passou de R$ 4 milhões nesta temporada. "Mas foi uma temporada péssima, nossos torcedores, nossos admiradores e patrocinadores não mereceram os resultados, e aproveito para pedir sinceras desculpas a todos".
Weliton reconhece que não teve sucesso nas escolhas, principalmente dos atletas e leva a culpa para si. "Aceitei a contratação deles e ainda pagar salários altos para a maioria. Acreditamos nos profissionais que se diziam pessoas do futebol, entendidas, mas só trouxeram tristezas. Tivemos tempo pra avaliar e eu nao soube dar um basta", afirma.
"Eu dei chances e os jogos foram passando. Perdemos, principalmente, oportunidades que fazer boa campanha no campeonato baiano, onde nós temos as vagas". Para ele, a qualidade do elenco tinha baixa qualidade tecnica e poucos tinham condições de jogar nas competições disputadas pela Onça Pintada.
"Além disso, por um erro de gestão, podemos até falar em displiscência do nosso pessoal de acesso, fizemos contratos longos e isso atrapalhou demais. Vários atletas sentaram no contrato. Infelizmente parece que alguns atletas e membros de comissão técnica gostam mesmo de trabalhar em clubes ruins", ironizou.
Weliton desabafa: "a gente paga tudo absolutamente em dia e ninguém valoriza. São muitas famílias, filhos, esposas, mães e o que vemos são atletas completamente descomprometidos". O jornalista Marcel Leal perguntou se o clube não demorou demais para trocar o técnico, ainda no início da Série D.
"Esse foi mais um erro grave da minha parte. O gerente de futebol da época pedia mais um jogo pra provar que o time melhorou, ai pedia outra chance e nada acontecia. Mas o forte problema mesmo é o nivel técnico da maioria dos atletas, ruim demais. Minha grande esperança foi a contratação do Carlos Rabelo," revela.
Weliton diz que ele tinha um currículo maravilhoso, mas foi um grande fracasso. "Eu tinha muita vontade de conhecer o trabalho dele e, com isso, também perdemos uma janela de seis partidas. O Paulo Sales trouxe um pouco mais de dignidade, somando mais pontos que todos os outros treinadores juntos".
Perguntamos se houve dificuldade em trazer jogadores melhores. "Nada, tínhamos uma folha mensal altíssima, trouxemos tudo o que foi pedido. Os profissionais que selecionavam indicaram atletas ruins, atletas machucados, atletas fora do peso, atletas que não jogavam há meses, até anos", conta.
"Terminamos o ano com o departamento médico cheio de gente, fizemos cirurgias, aumentamos a fisioterapia com mais profissionais", completou. Porém, Weliton diz que tirou várias lições para a nova temporada. "Principalmente que devemos preparar uma mão de obra diferente, um grupo que seja preparado pela matriz".
"Uma equipe que passe dias conhecendo a estrutura, tendo cursos e gestão, obecedendo o orçamento, se guiando por bons métodos; pessoas que sejam criativias, ousadas, que tenham muita obcessão de crescer, de ganhar. Na teoria todos são, mas na prática não se vê isso. Sempre acreditam que tudo vai dar certo sem fazer esforços".
https://www.aregiao.com.br/archives/2025/07/ceo-escancara-problemas-do-barcelona.html
