O primeiro ano do Bahia sob a gestão do Grupo City no departamento de futebol ficou muito aquém do esperado. Apesar de receber o maior investimento no elenco da sua história, o Tricolor passou sufoco em diversos momentos da temporada e só conseguiu escapar do rebaixamento no último jogo da Série A do Campeonato Brasileiro.
O Grupo City iniciou a parceria com o Tricolor fazendo um investimento no elenco de cerca de R$ 100 milhões na contratação de jogadores ao longo do ano. Com o time vindo da Série B, os investidores estabeleceram como objetivo para o primeiro ano a permanência na elite do futebol brasileiro, que só foi alcançada na última quarta-feira (6) ao golear o Atlético-MG, que terminou a competição no terceiro lugar, por 4 a 1, na Arena Fonte Nova, pela 38ª rodada. Porém, o resultado surpreendente por si só não seria suficiente para salvar a equipe da queda, que também contou com a derrota do Santos para o Fortaleza por 2 a 1, na Vila Belmiro.
Para comandar o time, o City contratou o técnico português Renato Paiva que não conseguiu emplacar boas sequências de resultados e conviveu com críticas da torcida, incluindo protestos tanto no CT Evaristo de Macedo quanto nas arquibancadas da Fonte Nova. No primeiro semestre, o Tricolor amargou o vexame da eliminação na fase de grupos da Copa Nordeste, que contou com a derrota acachapante para o Fortaleza por 3 a 0, goleada de 6 a 0 sofrida para o Sport e empate contra o time sub-20 do Fluminense-PI na última rodada. O alento foi a conquista do 50º título do Campeonato Baiano. Enquanto na Copa do Brasil, a equipe teve um bom papel sendo eliminado nas quartas de final nos pênaltis diante do Grêmio.
No Brasileirão, a diretoria fez alguns ajustes no elenco e contou com uma substituição forçada no comando do time. Dos novos reforços chegaram os laterais Gilberto e Camilo Cándido para fortalecer a frágil defesa. Para o meio-campo, chegaram Léo Cittadini e Luciano Juba, sendo que o primeiro não conseguiu emplacar, enquanto o segundo foi decisivo apenas nos últimos jogos da Série A. Para o ataque Rafael Ratão teve poucos bons momentos e terminou o ano na reserva. Além deles, o goleiro Adriel acertou com o clube baiano, mas nem jogou. Mas a melhor correção de rota foi feita por acaso e que decidiu a salvação. Paiva não aguentou a pressão da torcida e pediu demissão após 49 partida, sendo 19 triunfos, 15 empates e 15 derrotas, um aproveitamento de 49%. Seu substituto foi Rogério Ceni que assumiu o comando no início do mês de setembro com a missão de escapar do rebaixamento.
"Quando me chamaram eu tinha 16 jogos. Olhei a tabela, vi o elenco, e fiz as contas que dava para chegar nos 43 pontos", disse o novo treinador após a goleada sobre o Atlético-MG.
Ceni teve um bom início à frente do Bahia emplacando uma sequência de quatro triunfos nos primeiros seis jogos e, além da briga contra o rebaixamento, chegou a cogitar buscar uma vaga para a Copa Sul-Americana de 2024. Porém, o time oscilou em momentos decisivos, perdendo pontos importantes e não conseguiu carimbar a permanência de forma antecipada, muito pelo contrário, o time chegou ao último compromisso dependendo de outros resultados para escapar da degola. No entanto, a equipe teve o apoio da torcida nas arquibancadas, que foi importante para a salvação.
"Só agradecer e me desculpar em nome do grupo por ter chegado na última rodada do campeonato nessa situação. A gente não queria que eles sofressem, porque é uma torcida muito apaixonada e encheu o estádio em todos os jogos do campeonato nos empurrando. Sei que nessa última semana foi bem tensa, teve ameaças e esses problemas, mas sabia que o torcedor de verdade estaria aqui nos ajudando e hoje nos ajudaram demais e conseguimos dar essa alegria para quem estava aqui e para os que estão em casa", comentou o zagueiro Vitor Hugo após a permanência.
O Bahia estreia na temporada de 2024 no dia 17 de janeiro, às 21h30, contra o Jequié, como mandante. O jogo é válido pela primeira rodada do Campeonato Baiano.
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