terça-feira, 7 de julho de 2020

'Verdadeiro escândalo', diz Dante sobre volta do Campeonato Carioca


'Verdadeiro escândalo', diz Dante sobre volta do Campeonato Carioca
Foto: Divulgação / Nice
O zagueiro Dante joga no futebol europeu há 17 anos. Porém, o baiano, de 36 anos, acompanha o que está acontecendo no Brasil. Capitão do Nice, da França, há quatro temporadas, ele criticou o reinício do Campeonato Carioca em meio a pandemia do coronavírus no Rio de Janeiro na entrevista concedida ao jornal francês Le Parisien.

"Foi uma besteira. Um verdadeiro escândalo. Os jogadores do Flamengo jogam no Maracanã e fora do estádio, em um hospital de campanha instalado no estacionamento, brasileiros morrem durante os jogos", afirmou. "Nenhuma grande voz no futebol brasileiro se levantou para denunciar essa situação. Eu lamento", completou.

Ex-defensor da Seleção Brasileira, Dante também comentou a situação geral da pandemia no Brasil. O país contabiliza 1,6 milhão de casos de coronavírus e mais de 65 mil mortos.

"O número diário de contaminações e mortes é assustador. Longe de estabilizar ou regredir, as curvas sobem. Os brasileiros relaxaram. São muito mais indisciplinados e menos unidos. Temo que não vamos sair disso e que enfrentaremos um verdadeiro desastre", avaliou.

Devido a pandemia, o Campeonato Francês foi encerrado precocemente na 28ª rodada e o Nice ficou na sexta colocação na tabela com 41 pontos, fora da zona de classificação à Liga Europa. Dante elogiou a decisão do primeiro-ministro do país em manter a proibição de eventos esportivos.

"O primeiro-ministro tomou uma decisão razoável e respeitável. Eu disse isso no final de abril e ainda acredito. Ele pensou nas pessoas. Ele procurou maneiras de melhorar a situação dos franceses. Encontrar uma solução para jogar futebol parecia secundário. Houve muitas mortes e muitas famílias foram deixadas de luto", falou. "Nesse contexto, por que os jogadores de futebol, que já são privilegiados, teriam benefícios de testes para exercer seu ofício, quando outras pessoas, em situação muito mais precária, não eram autorizadas e perdiam o emprego? Não faria nenhum sentido. E em termos de imagem, teria sido catastrófico. Eu nunca trocaria a saúde das pessoas por um título ou lugar europeu", finalizou.

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WALDEMIR VIDAL

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